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Depois do Pibinho…

U$ 19,4 Bi positivo. Este foi o saldo da Balança comercial brasileira para o ano de 2012 de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Um bonito número se analisado isoladamente. Um número bilionário, de dois dígitos, quase na segunda dezena, e em dólares. Porém não é esse o quadro. A balança comercial brasileira teve uma queda de 34,7% se comparada com o ano de 2011, quando o saldo fechou superavitário em U$29,7 Bi.

Trecho de artigo de Jorge dos Santos Avila. Leia a íntegra clicando no (mais…)

Perdemos U$ 10Bi em saldo de um ano para outro, e poderíamos perder mais, não fosse uma manobra de lançamentos da Petrobrás, que adiará alguns registros de importações do fim do ano. É o pior resultado dos últimos dez anos.

É bastante lógico que seria muito pior se fosse um resultado deficitário. O saldo ainda é positivo. Mas a luz amarela tem de ser acesa pelos tomadores de decisões governamentais. Sim, também é sabido que estamos num período de crise internacional, porém, em tempos assim é que os verdadeiros líderes mostram os motivos pelos quais serão considerados pela história. O Brasil pode optar por passar mediocremente por esse período, ou pode optar por resolver problemas internos de vez e mostrar para o mundo que finalmente “O País do futuro” chegou.

O Governo Central precisa assumir que o Brasil perdeu [ou nunca teve de fato] competitividade. Nossa infraestrutura é deficiente, principalmente no aspecto logístico. Precisamos de mais portos, rodovias e ferrovias de excelência. Necessitamos também nesse aspecto, de melhorias no sistema de armazenamento e distribuição da nossa mercadoria para os principais modais. O exportador brasileiro precisa deixar de ser refém do câmbio, que para o governo, o dólar hora R$2,00 é bom, hora R$2,00 é ruim.

Outros aspectos a serem considerados, sobre medidas governamentais, dizem respeito primeiro a já conhecida carga tributária. Essa questão não é de hoje e é importante não só para o setor de exportação. E segundo tange no aspecto de defender os interesses nacionais com nossos parceiros internacionais. Hoje por exemplo, qualquer empresário argentino que queira importar do Brasil, precisa de autorização do governo. E as nossas políticas para com os argentinos? E o Líbano suspendendo a compra de carne brasileira por um caso isolado de vaca louca lá de 2010?

É preciso ainda melhorar o Mix de produtos exportados para que não fiquemos superdependentes do minério de ferro e dos grãos, ao mesmo tempo em que tem de se repensar a “carteira de clientes” no sentido de expandi-la, como também recuperar o mercado latino-americano tomado pelos produtos asiáticos.

Estes sãos os desafios que precisam ser encarados não só para melhorar os números da nossa balança comercial, mas também para que o Brasil caminhe para o Pibão que nossa presidenta deseja para o ano de 2013.

(*) Jorge dos Santos Avila – Bacharel em Administração, Bacharelando Ciências Econômicas, Tesoureiro da JPSDB-PG