Arquivos

Categorias

Comissão admite existência de corpos de mortos da ditadura no Parque Iguaçu

A comissão dos familiares dos mortos pela ditadura militar (1964-1985), cujos corpos estão desaparecidos, reconhece que pelo menos cinco pessoas foram mortas dentro do Parque Iguaçu e até hoje seus corpos não foram encontrados.

“Nós temos uma certeza. Foi um grupo do Centro de Informação do Exército comandado por um capitão, que atraiu um grupo de exilados para uma emboscada e foram fuzilados dentro do mato. Essa é uma certeza, são pelo menos cinco pessoas. A gente precisa encontrar os corpos”.

A declaração é de  Ivan Seixas, membro da comissão, ao informar ao Portal Terra que na reserva existem corpos de cinco desaparecidos durante o período.

Os crimes são objeto do livro “Onde Foi que Vocês Enterraram Nossos Mortos?”, editado pelo jornalista Aluízio Palmar, atualmente radicado em Foz do Iguaçu.

Clique no “mais” e veja o restante da reportagem

Seixas revelou que entre as cerca de 3 mil ossadas localizadas em uma vala comum do cemitério de Vila Formosa, na zona leste da capital paulista, a comissão de familiares de mortos e desaparecidos durante o regime militar brasileiro (1964-1985) acredita que estejam os corpos de até 25 desaparecidos políticos. A conclusão veio depois de estudos feitos em conjunto com o Ministério Público Federal paulista.

No final do ano passado, uma análise realizada com a ajuda de um radar de penetração no solo (GPR), identificou uma câmara subterrânea com paredes de concreto no local.

“Com a ajuda do Ministério Público Federal, chegamos a esse número. A câmara foi fechada e está lá concretada para que ninguém mexa. Entre 3 mil ossadas, deve ter entre 20 e 25. Chegamos a essa conclusão ao analisar os registros do cemitério. Muitas vezes, essas pessoas foram enterradas com nome falso. Alguns corpos sumiram das sepulturas e foram parar dentro da vala”, disse Ivan Seixas, que integra a comissão dos familiares dos mortos.

De acordo com ele, fazer buscas e localizar esses corpos é possível. “Precisamos de um trabalho mais amplo, com a ajuda dos militares, descobrir mais corpos. Os autores precisam ser identificados e interrogados para que se saiba o que fizeram e onde colocaram os corpos. Com a Comissão da Verdade, esperamos que isso seja agilizado”, afirmou.