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Com Teatro Guaíra lotado, Conexões Vale do Pinhão celebrou Curitiba, a cidade mais inteligente do mundo

O maior encontro de ecossistemas de inovação do Paraná, o Conexões Vale do Pinhão lotou o Teatro Guaíra, na noite desta segunda-feira (27/11), e o clima foi de festa para comemorar a conquista do título de Curitiba como Cidade Mais Inteligente do Mundo em 2023.

Com o teatro cheio de quem faz o Vale do Pinhão, o prefeito Rafael Greca, ao lado do vice-prefeito e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel, e do presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, Dario Paixão, apresentou à plateia o troféu recebido por Curitiba no dia 8 de novembro, em Barcelona (Espanha). A capital conquistou o título do World Smart City Awards 2023, na categoria “Cidades”.

“Este Conexões Vale do Pinhão traz esses grandes empresários, que vão ser os mentores das palestras, em uma noite de troca de informações muito rica. Se essa idade é inteligente, os inteligentes são vocês. É fundamental colocar na cabeça que nós somos o bem que fazemos. Nos dias em que fazemos o bem, nós existimos. Nos outros dias, apenas duramos. Esse prêmio traduz o mérito que nós vivemos em Curitiba e, por isso, esta noite queríamos compartilhar com vocês”, declarou Greca.

Acompanhado pela Banda Lyra e da plateia, Greca entoou o Hino de Curitiba. A noite no Guaíra seguiu com a música performática da Blue Music. O Conexões guiou o público em uma noite inspiradora de inovação, empreendedorismo, conhecimento e bom-humor, em quatro momentos com especialistas renomados, nacionais e internacionais, que compartilharam suas visões e insights inovadores.

Conselhos, inovação e sustentabilidade

Abrindo as palestras, dois pesos-pesados do empreendedorismo: o presidente e fundador do grupo O Boticário, Miguel Krigsner, e o presidente e fundador da Mili, Valdemar Lissoni. Eles fizeram um descontraído bate-papo, com mediação de Gislayne Muraro, em que contaram as dificuldades de iniciar as jornadas de seus empreendimentos que têm mais de 40 anos de história, falaram de sustentabilidade, inovação e se arriscaram em conselhos ao público.

Ambos disseram que uma das chaves para o sucesso foi seguir reinvestindo na empresa, nos primeiros anos, sem ceder à tentação de usufruir dos primeiros lucros.

Krigsner divertiu o público ao confirmar a história de que, no início da expansão d’O Boticário, comprou, em dez parcelas, 60 mil frascos para os perfumes do Silvio Santos e revelou que foi um insight durante uma visita à uma vinícola que deu o início das pesquisas para a famosa fragrância Malbec.

Ao abordar a sustentabilidade das empresas, lembrou que é uma preocupação que vai muito além da preservação do meio ambiente. “Somos agentes de transformação da sociedade, temos de pensar no entorno. A empresa tem de transformar a vida de cada colaborador e das pessoas que se relacionam com a empresa”, disse.

Já Lissoni contou como se arriscou a comprar uma fábrica de papel sem ter dinheiro. Entre os conselhos para o público do Conexões, o fundador da Mili foi enfático: “Faça o que estiver dentro de seu coração, trabalhe com muita garra, tenha ousadia, não tenha vergonha. O acerto nos alegra, mas o erro nos ensina. Acredite no que faz e isso resulta no êxito que muita gente chama de sorte”, falou.

A inovação que está por vir

Com tradução simultânea do inglês para o português, o presidente no Brasil da Huawei Enterprise, Wesley Wang, apresentou algumas ideias sobre as smart cities (cidades inteligentes), como elas avançarão nos próximos anos e as inovações que estão por vir.

Com uso de inteligência artificial, armazenamento de dados na nuvem, big data e redes 5G, as possibilidades se multiplicam para melhorar a vida das pessoas em todas as áreas, da prevenção de intempéries climáticas ao trânsito, da saúde à gestão pública, disse o representante no Brasil da empresa líder global de infraestrutura para Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e dispositivos inteligentes.

“A inteligência artificial veio para acelerar o desenvolvimento da inovação no mundo. Ela já está contribuindo na prevenção de tufões com antecipação de até dez dias, dando aos governos e às pessoas mais tempo para se prepararem, salvando vidas e economizando; tem reduzido o tempo para desenvolvimento de medicamentos”, disse Wang, que elogiou a cobertura de 5G em Curitiba.

Um brechó virtual no Tecnoparque

A curitibana Luanna Toniolo levou ao palco o case da sua empresa, a Troc, que promove a economia circular na moda e contou como o Vale do Pinhão a ajudou a transformar o projeto em realidade e em sucesso.

A startup, que deu os primeiros passos em 2015, surgiu da ideia de que é preciso inserir o conceito “second hand” (segunda mão) no vestuário e incentivar as pessoas a venderem as peças que não usam mais e a comprar o que já foi usado, desmistificando a ideia de que brechós só vendem peças de descarte.

“Desde o início, apostamos em base tecnológica que trouxesse escala e conseguimos mostrar para o Vale do Pinhão que cresceremos como startup. Recebemos o apoio do Programa Tecnoparque para investir no nosso projeto de tecnologia. Hoje, tenho mais de 100 mil peças únicas cadastradas para venda. Tenho orgulho e prazer de dizer que Curitiba e o Vale do Pinhão foram uma incubadora para a Troc”, contou.

Um vendedor de histórias

Com chave de ouro, o CEO e fundador da Chilli Beans, Caíto Maia, fechou a noite ao compartilhar vários insights do sucesso de seu negócio para os empreendedores na plateia. A começar pela importância de apostar na marca, saber contar boas histórias sobre o produto e acompanhar as tendências do mercado para transgredi-las.

Foi assim, contou, que levou a marca de óculos Chilli Beans para 22 países, em 1.280 lojas, de diferentes formatos – quiosques, lojas convencionais e em contêineres, as ecochilli – e tornou seu produto diferente da concorrência e um objeto de desejo dos clientes.

“A maior lição que aprendi foi: a marca é a grande oportunidade do negócio. É o encanto da marca que faz a pessoa querer pagar mais caro. Saiam da caixa, exercitem, criem um consumo que não existia”, disse, ao contar que, em alguns estados do Nordeste brasileiro, “chilli beans” virou o termo mais usado nas buscas do google quando os internautas estão à procura de informações sobre “óculos escuros”.

Ousar com campanhas feitas 100% com inteligência artificial, mas ainda investir 50% da verba de marketing em mídias tradicionais, além da criação de coleções feitas com materiais reciclados, investindo em sustentabilidade ambiental também estão na mistura que garantem o sucesso da empresa.

Sem contar o olhar no futuro: Maia contou ao público do Conexões que o mais recente passo da empresa foi a criação da rede de óticas, para atender o que chamou de “uma epidemia de miopia” pelo mundo, causada pelo uso contínuo de telas do smartphone.

Ao final, o empresário e estrela do programa Shark Tank abriu uma sessão “pinga-fogo”, em que respondeu perguntas da plateia.

Com tradução simultânea em Libras,  o Conexões Vale do Pinhão contou com a presença dos vereadores Mauro Bobato, Herivelto Oliveira, Indianara Barbosa, e Bruno Pessuti; o secretário municipal de Planejamento, Finanças e Orçamento, Cristiano Hotz; a presidente da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Ana Cristina de Castro; a presidente do Instituto Municipal de Turismo (IMT), Tatiana Turra; a assessora de gabinete do prefeito, Cibele Fernandes Dias; o  presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP),  Antonio Gilberto Deggerone; e o presidente do Instituto das Cidades Inteligentse (ICI), Maurício Pimentel.

O Conexões Vale do Pinhão é uma realização da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e da Prefeitura de Curitiba, com patrocínio de Ademicon, Centro Europeu, Condor Connect, Conquer Business School, Hipe, Quanta, Mili, Sebrae, Troc, Tim 5G, Bambu Comunicação, RPC e Zôli Eventos.

Fonte: Prefeitura de Curitiba / Foto: Daniel Castellano / SMCS