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Assassino confesso de Wilson Bueno é absolvido por 4 x 3 em júri popular

buenodentro

do portal da Banda B

O garoto de programa Cleverson Petreceli Schimidt, de 22 anos, que confessou o assassinato do escritor e jornalista Wilson Bueno em 2010, foi absolvido por 4 votos a 3 no Tribunal do Júri na madrugada desta terça-feira (1º). O resultado deixou a família o escritor perplexa. “O que é isso, meu Deus? Jurados imaturos absolveram um réu confesso. Estamos caminhando para um país sem Poder Judiciário. E fica a pergunta: quem então matou Wilson Bueno se o réu confesso foi absolvido? Quem vai pagar por esse crime”, desabafou ao vivo na Banda B nessa madrugada o irmão de criação do escritor, João Santana.

O julgamento, que começou às 15h30 desta segunda-feira (31) e só terminou às 4h30 dessa madrugada. O corpo de jurados ficou em dúvida sobre a condenação e optou pela absolvição. A defesa do réu desqualificou as provas colhidas para comprovar a autoria do crime.

O advogado Mauricio Zampieri de Freitas mostrou fotos aos jurados em que o advogado de defesa de Cleverson na época do assassinato, aparecia carregando o caixão de Bueno no enterro. Segundo a defesa, esse advogado prejudicou o acusado porque seria amigo do escritor. Além disso, o delegado responsável pelo caso em maio de 2010 foi Silvan Pereira, hoje envolvido em denúncias de tortura no caso da morte da menina Tayná. O advogado também colocou em dúvida a conduta do delegado no caso. Ao final do julgamento, a Promotoria informou que dificilmente será possível recorrer da decisão.

O irmão de Bueno chorou na entrevista à Banda B e disse estar arrasado com o resultado do julgamento. “Ninguém consegue entender. Palmas para a defesa que fez um show digno de Hollywood no Tribunal. Qualquer um que viu a frieza desse assassino durante todo o processo ficou indignado. Ele passou só quatro anos preso e agora está livre?”, desabafou o irmão da vítima. Cleverson foi julgadoe absolvido pelo crime de homicídio, agravado por motivo fútil.

O crime

O crime aconteceu em Curitiba em maio de 2010. Quando confessou o crime, Cleverson afirmou que matou o escritor após tê-lo conhecido em uma sauna. Nesta ocasião, segundo ele, recebeu uma proposta de Bueno, que teria oferecido R$ 130,00 para manter relações sexuais com Schimitt. O acusado teria recebido um cheque que acabou trocando antes do prazo, provocando cancelamento por parte de Bueno. Foi então que ele retornou a casa do escritor e cometeu o crime. Segundo o réu, a discussão começou depois que ele insinuou que a vítima estivesse consumindo drogas.

“Foi um crime muito brutal, porque meu irmão foi morto pelas costas e a casa estava toda revirada. Ele queria achar a chave do carro e fugir com todos os objetos. São por essas e outras que o país está passando por essa fase tão ruim”, afirmou Santana

Obras de Bueno

A obra mais conhecida do escritor curitibano, que tem antologias nacionais e internacionais, é Mar Paraguayo, de 1992, escrito em portunhol. Também destaca-se “A copista de Kafka”, “Amar-te a ti nem sei se com carícias” e “Cachorros do céu”.