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A Globo, o Jornal Nacional e o fim do mundo

por Roberto Bertholdo, via Blog do Zé Beto

Todos sabem que o Jornal Nacional, da Rede Globo, é o mais importante telejornal do Brasil. Além de ter uma das maiores audiências diárias, é o meio através pelo qual a maioria dos brasileiros pensa ser informado sobre os principais fatos do Brasil e do mundo.

Quem assiste o JN pensa que vivemos no inferno: 30% das notícias é sobre crimes/violência; 35% são sobre corrupção e/ou acusações com o tema; 15% de esporte e 15% de guerras e conflitos internacionais e 5% de fatos do cotidiano. Ontem, depois de assistir o Jornal Nacional, novamente saí da frente da TV com a sensação de que estamos mesmo próximos do fim.

O mundo, do jeito que está, precisa acabar e recomeçar reinventado. E o Brasil, então? Agora passou a ser pautado pelas mentiras de Marcos Valério. Quem diria, hein? Mais tarde recebi um telefonema de um governador amigo que me contou, feliz, que ontem mesmo, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, o vice-presidente Michel Temer havia inaugurado a maior fábrica de celulose do mundo.

Um empreendimento exemplar sob o ponto de vista econômico e de sustentabilidade. Toda matéria- prima para a indústria virá de um reflorestamento gigante projetado especialmente para este fim. A nova indústria gera 2.500 empregos diretos e 8.000 indiretos. É motivo para comemoração e orgulho brasileiro, afinal, temos a maior e mais moderna fábrica de celulose do mundo.

Mas tal fato, apesar da importância, para a Rede Globo e seu principal telejornal, não é notícia. Porque será que a emissora não dá espaço para nenhuma notícia boa do país onde ela está instalada e tem um dos maiores faturamentos do Planeta? Porque a Globo não mostra também aqueles que fazem o bem? Não me venham com a velha resposta que notícia boa não vende.

O Brasil e o brasileiro precisam elevar sua autoestima. Se acharmos que o mundo virou o Jornal Nacional, sério mesmo, não vale a pena.