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Meme e like não dão voto, diz responsável por redes sociais de Alckmin

Apesar da guinada pop que deu nas redes sociais de Geraldo Alckmin (PSDB) quando assumiu o marketing digital da campanha presidencial, o publicitário Marcelo Vitorino diz que não vai forjar polêmicas para aumentar a visibilidade.“Meme não dá voto, like [curtida] não dá voto, gracinha não dá voto. A mágica da internet é engajamento. É marcar um evento daqui meia hora na Praça da Sé e ter 3.000 pessoas”, diz. As informações são de Thais Bilenky na Folha de S. Paulo.

Em dois meses à frente das redes de Alckmin, Vitorino rejuvenesceu o perfil do tucano, polemizando com Jair Bolsonaro (PSL). Um exemplo é o meme em que mostrou o ator John Travolta procurando propostas do adversário, uma crítica ao seu alegado despreparo. “Era para falar para a militância, para o cara que estava acuado, tomando porrada dos bolsominions”, justificou.

A ideia agora é burilar um perfil de “missionário do interior” do ex-vereador e ex-prefeito de Pindamonhangaba (SP), quatro vezes governador paulista, católico praticante, filho de franciscano e sobrinho de membro do Opus Dei, movimento conservador católico.

Integrantes da campanha relatam que o pré-candidato cobra que a equipe o defenda de comentários negativos em reportagens online.

Com o noticiário da Lava Jato, a campanha diz que já assimilou o desgaste da exposição ruim do tucano, citado por caixa dois, e do PSDB, que tem um réu por corrupção (senador Aécio Neves) e um preso (ex-governador de Minas Eduardo Azeredo).

“Sigo a orientação do candidato: respondo com a verdade”, diz Vitorino, que militou no PSDB na juventude, mas deixou o partido. “Aécio e Azeredo estão afastados de decisões do partido.”

A campanha vê na internet quatro objetivos: combater boato, mobilizar militância, conversar de forma segmentada com eleitores e arrecadar recursos.

Para tanto, quer treinar simpatizantes. “A militância tem que ser mais acolhedora com os simpatizantes do Bolsonaro. Se brigar, ele não vai ser seu nunca”, afirma o marqueteiro, que conduziu as redes sociais da campanha vitoriosa de Marcelo Crivella (PRB) à Prefeitura do Rio.

Nessa linha, oficialmente, a equipe de Alckmin nega que vá fazer ações anônimas na internet para prejudicar oponentes.

Sempre que questionado sobre seu desempenho, Alckmin diz que a eleição só começará em agosto, com a campanha na televisão. A aliança com o centrão garantiu ao tucano, até agora, o maior tempo de TV na disputa.

Para Vitorino, TV e internet serão complementares. O celular será o principal meio em cidades com mais de 100 mil habitantes, diz o marqueteiro, para ver TV ou acessar a internet. Em cidades médias, a TV será a principal tela e, nas menores, o rádio predominará. O WhatsApp, diz, é o principal canal para comunicação com militantes e de combate a notícias falsas.

Uma coisa é certa. Em caso de derrota, Vitorino já sabe quem responsabilizar: “O eleitor não vota errado, é a gente que precisa saber se comunicar”.