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STF investiga propina da JBS para Requião

STF investiga propina da JBS para Requião

Requião recebeu R$ 2,4 milhões da JBS. PGR indica que dinheiro pode ter sido usado pelo PT para comprar apoio de senadores do MDB nas eleições de 2014

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, determinou nesta quarta-feira, 16, a abertura de um inquérito que apura o repasse de R$ 46 milhões do grupo JBS, envolvido na Lava Jato, para campanhas de senadores MDB. Na lista se encontra o senador paranaense Roberto Requião. As suspeitas foram levantadas nas delações premiadas do executivo Ricardo Saud e do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Em sua delação, Saud citou que o pagamento foi a pedido do PT. De acordo com o executivo, apesar de diversas doações terem sido oficiais, trata-se de “vantagem indevida”, já que dirigentes do PT estariam comprando o apoio de emedebistas para as eleições de 2014 para garantir a aliança entre os dois partidos.

Além de Requião, Saud diz que o esquema beneficiou os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA), Eunicio Oliveira (CE), Valdir Raupp (RO), Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR), além do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rego.

Lava Jato – Sérgio Machado, por sua vez, declarou ouvir em reuniões ocorridas na residência de Renan, “que o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB, a pedido do PT, na ordem de R$ 40 milhões”.

Requião recebeu R$ 2,4 milhões da JBS em 2014 e o dinheiro veio de três formas diferentes: R$ 1,5 milhão através de doação direta para sua campanha, R$ 500 mil do diretório nacional e R$ 400 mil da campanha do então vice-presidente Michel Temer.

Ainda em 2014, Requião recebeu mais R$ 1 milhão da BTG Pactual e outros R$ 500 mil da OAS – banco e empreiteira são investigados pela Operação Lava Jato. No total, Requião pode ter recebido R$ 3,9 milhões de dinheiro suspeito dos R$ 10,2 milhões arrecadados por sua campanha em 2014, ou seja, 38,2% do dinheiro recebido pode ter sido de origem ilícita.

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Ainda em 2014, Requião recebeu mais R$ 1 milhão da BTG Pactual e outros R$ 500 mil da OAS – banco e empreiteira são investigados pela Operação Lava Jato.