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Guerra santa contra o Brasil

Guerra santa contra o Brasil

Ademar Traiano

Achincalhar a imagem do Brasil no exterior, difundindo mentiras deslavadas, calúnias cabeludas e falsidades criminosas que prejudicam a imagem do país, é uma prática do PT. Mas nunca se viu algo como a inacreditável entrevista concedida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) a emissora árabe Al Jazeera.

Ali, em meio a excessos mitômanos, mentiras criminosas e distorções absurdas, Gleisi praticamente convocou uma “guerra santa” internacional contra o Brasil para libertar Lula dos cárceres da Polícia Federal onde ele se encontra preso, não por motivos políticos, como afirma a senadora, mas por corrupção. Lula foi condenado a 12 anos e um mês, em duas instâncias, por corrupção e lavagem de dinheiro.

Os crimes não existem disse a senadora para a Al Jazeera. Tudo não passa de uma “prisão ilegal” que serve apenas para impedir a candidatura do petista, delirou Gleisi no vídeo que gravou para denunciar o que chamou de “prisão política” do ex-presidente.

Gleisi não se constrangeu de denunciar o Brasil como sendo uma ditadura onde não se respeitam os direitos políticos e onde se sepultou a democracia. O vídeo, segundo o próprio PT, foi veiculado na última terça-feira, 17, pela emissora árabe que tem sede no Catar.

Na gravação, em meio a delírios em que atribui a prisão de Lula a uma inacreditável conspiração internacional, envolvendo a CIA, o governo dos Estados Unidos e o Judiciário brasileiro, Gleisi diz que o ex-presidente é um grande amigo do mundo árabe e que em seu governo o comércio com a região se multiplicou.

No vídeo, Gleisi garante que Lula é vítima de uma “campanha de mentiras” da TV Globo, que estaria pressionando o Judiciário a não conceder liberdade ao petista. Segundo a senadora, a “maioria do povo brasileiro quer viver como nos tempos de Lula”, e “o objetivo da prisão ilegal é não permitir que Lula seja candidato”.

Esquece, convenientemente, que a prisão do ex-presidente vem sendo mantida por sucessivas decisões de um Supremo Tribunal Federal, que teve a maioria de seus membros nomeados durante governos do PT, e que a herança deixada pelo partido foram 14 milhões de desempregados, crescimento negativo, inflação galopante, além do maior esquema de corrupção da história do planeta. Um esquema em que, aliás, a própria Gleisi é ré.

“A prisão de Lula”, segundo delira a senadora, “é a continuidade do golpe que se iniciou em 2016, com a retirada da presidenta Dilma do governo. Ela não cometeu nenhum crime, assim como Lula também não cometeu. É um preso político. Ele é inocente.”

São mentiras flagrantes, delírios criminosos, calúnias gravíssimas que provocam sérios prejuízos a imagem do Brasil no exterior. São ainda mais graves por serem originados uma militante ensandecida qualquer, mas por uma presidente de um partido e uma senadora da República.

O direito de expressar livremente as opiniões, mesmo as mais insanas, é garantido aos parlamentares. Convocar uma guerra santa contra o próprio país é, sem dúvida, uma extrapolação desse direito. A punição, por esses abusos, deve vir pelo voto do eleitor.

Ademar Traiano é deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e vice-presidente do PSDB do Paraná