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No Senado, Gleisi ataca ministros políticos do TCU de oportunismo

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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi ministra da Casa Civil, usou da tribuna nesta segunda-feira (10) para criticar o Tribunal de Contas da União (TCU) e seus ministros políticos, acusando-os de agir com oportunismo – sem citar nomes. No TCU, dos nove ministros, cinco já foram parlamentares: o presidente Aroldo Cedraz (antigo PFL-BA), o relator das contas da presidente Dilma Rousseff, Augusto Nardes (PP-RS), além de Ana Arraes (PSB-PE), José Múcio Monteiro (PTB-PE) e Vital do Rego (PMDB-PB).

Gleisi também atacou o PSDB, classificando-o como partido perdedor das eleições de 2018, e até mesmo a base de apoio ao governo que, de acordo com ela, tem ajudado na votação de pautas-bomba. Para a senadora, o PSDB, inconformado com a derrota nas urnas, tenta retirar Dilma do poder por várias maneiras, incluindo a rejeição das contas da petista por supostas irregularidades nas chamadas pedaladas fiscais. E, na visão dela, o TCU tem ajudado nessa manobra. As informações são da Agência Globo.

“Aqui não posso deixar de comentar o oportunismo como essa discussão tem acontecido. Oportunismo. O TCU nunca se preocupou seriamente com essas questões, com as chamadas pedaladas. Nunca se preocupou. Está demonstrada que essa é uma prática normal em outros governos”, afirmou.

“Os ministros sabem disso porque já deram parecer e veredicto em outras contas que tinham as mesmas condições das ditas pedaladas. Mas parece que temos vários deles engajados no esforço de inviabilizar o mandato da presidente escolhida por voto popular. Curiosamente, são os ministros políticos os mais engajados”, atacou.

Gleisi, que já pensou em se candidatar a uma vaga no TCU, disse que é contrária à indicação de políticos para o tribunal.

“Não tenha nada contra os políticos. Aliás, faço uma reflexão se o tribunal teria que ter, sim, políticos entre seus ministros.”

Depois, Gleisi voltou sua metralhadora giratória contra a oposição, sobretudo o PSDB. Ela lembrou que os líderes do partido na Câmara, Carlos Sampaio (SP), e no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), defenderam, em entrevista, que, em caso de impeachment, haja a realização de novas eleições, contrariando a Constituição Federal, que deixa claro que, se o titular da Presidência for interditado, quem assume é o vice-presidente, no caso, Michel Temer (PMDB).

“Querem eleições agora, antes de 2018. Difícil entender isso porque eles não explicam.”

Para a senadora, a base aliada do governo, sobretudo na Câmara, está desorganizada e o que se tem feito é impor derrotas à presidente, mesmo que isso cause impactos nas contas públicas.

“Problema politico se passa pelo desmanche da base governista. Base do governo está desorganizada. Não há como negar isso. Há uma disputa por espaço no governo, pela pauta de votação , pelos efeitos da Operação Lava Jato, entre outras. Essas disputas podem ser consideradas normais. O que não é normal é o esforço para votar uma pauta que não é contra Dilma ou contra o PT, mas contra o pais.”