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‘Vivemos uma primavera de esperança, diz ex-ministro do STF Joaquim Barbosa

'Vivemos uma primavera de esperança, diz Barbosa

Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, disse que aguarda, “assim como todo brasileiro”, o desfecho da Operação Lava Jato. Relator do julgamento do Mensalão, alegou a aposentadoria para não comentar a nova prisão de José Dirceu. “A minha posição é a mesma de vocês: de expectativa e observação”, afirmou em Fortaleza. As informações são da Agência Estado.

Ao ser perguntado se o Poder Judiciário teria autonomia suficiente para julgar e levar os culpados à punição adequada, ele respondeu que sim e que temos um dos poderes judiciários mais autônomos do mundo. Barbosa se mostrou otimista e afirmou que “estamos vivendo a primavera da esperança”. “Esses crimes que agora nos chocam já foram rotina de países como os EUA no final do século 19 e no início do século 20”, comparou.

“O Poder Judiciário brasileiro goza de prerrogativas e independência que inexistem na maioria das democracias. Posso citar aqui um exemplo. Há cerca de dois anos, eu estive na Holanda para participar de um congresso internacional de presidentes de cortes supremas. E o choque da discussão desse congresso era a questão do financiamento do poder judiciário em diversos países. Houve uma perplexidade quase generalizada quando eu disse que aqui no Brasil o Poder Judiciário goza daquilo que nós chamamos de autonomia financeira, porque isso não existe em lugar nenhum. Ou seja, a possibilidade do próprio Poder Judiciário elaborar o seu orçamento e submeter essa proposta de orçamento ao Poder Legislativo. Isso foi pensado de maneira a fortalecer a independência do Poder Judiciário. Por quê? Porque no nosso passado institucional, no passado de vários países vizinhos e até mesmo dos Estados Unidos, houve momentos históricos em que o poder político quis interferir na autonomia do Poder Judiciário asfixiando-o financeiramente”, explicou Joaquim Barbosa.”O juiz brasileiro goza de uma independência que juiz nenhum no mundo tem. Basta ele querer ser independente”, frisou.

Para Joaquim Barbosa, o Brasil está em um caminho de evolução e não de involução.” Há 30, 40 anos, esses crimes sequer viriam à tona. E digo mais, há 30, 40 anos o Estado brasileiro não estava sequer aparelhado para combater esses crimes de corrupção”, afirmou.