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BETO RICHA É DENUNCIADO POR IMPROBIDADE, PECULATO, CORRUPÇÃO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA

O prefeito Beto Richa (PSDB) foi denunciado formalmente nesta quarta-feira (17) por quatro crimes: improbidade administrativa, peculato, corrupção passiva e formação de quadrilha. A denúncia partiu do PMDB, PT, PCdoB e PV e foi apresentada ao Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado e Assembléia Legislativa.

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BETO RICHA É DENUNCIADO POR IMPROBIDADE, PECULATO, CORRUPÇÃO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA

BETO RICHA É DENUNCIADO POR IMPROBIDADE, PECULATO, CORRUPÇÃO E FORMAÇÃO DE QUADRILHA

O prefeito Beto Richa (PSDB) foi denunciado formalmente nesta quarta-feira (17) por quatro crimes: improbidade administrativa, peculato, corrupção passiva e formação de quadrilha. A denúncia partiu do PMDB, PT, PCdoB e PV e foi apresentada ao Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado e Assembléia Legislativa.

Junto com Beto Richa foram denunciados Ezequias Moreira Rodrigues – amigo do prefeito e até há pouco tempo chefe de gabinete da prefeitura -, Milton Teixeira – funcionário da Assembléia Legislativa -, e Robson Teixeira, irmão de Milton.

“Em conluio com Ezequias Moreira, Milton Teixeira e Robson Teixeira, Beto Richa realizou esquema de desvio de verbas públicas mediante nomeações de pessoas que jamais trabalharam na Assembléia Legislativa e que desconheciam completamente suas nomeações nos períodos nomeados, além de jamais receberem qualquer tipo de remuneração”, diz a denúncia assinada pelos presidentes do PT (André Passos), PMDB (Doático Santos), PV (Aloísio Nascimento) e PCdoB (Milton Alves).

REPORTAGEM – A denúncia foi motivada por reportagem da Agência Folha – do grupo Folha de S. Paulo – que relata que Beto Richa, quando ocupou mandato na Assembléia Legislativa (1995-2000), nomeou em cargos de comissão pessoas que jamais trabalharam na Assembléia Legislativa. O jornal se baseou em denúncia apresentada advogado Guilherme Gehlen ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

O Cope abriu inquérito policial, já ouviu três das pessoas nomeadas pelo então deputado e Beto Richa e seus comparsas devem responder por crime previsto no Código Penal.

LARANJAS FANTASMAS – São essas as pessoas, conforme a denúncia, que foram nomeadas no gabinete de Beto Richa e que jamais trabalharam ou receberam qualquer valor da Assembléia Legislativa: Rosaldo Neves Teixeira (nomeado em 1º/4/97 e exonerado em 1º/1/2001), Robson Teixeira (nomeação ignorada e exonerado em 1º/1/2001), Maria Margarete Ribas Nalovaike (nomeação ignorada e exonerada em 1º/3/1997 – renomeada em 1º/4/1997), Divair Antonia de Almeida Cardoso (nomeada em 1º/4/1997 e exonerada em 2/1999) e Ivo Ferreira de Oliveira (nomeação ignorada e exonerado em 1º/2/2001).

Beto Richa e Ezequias Moreira articularam as nomeações com Milton Teixeira e colocaram como “laranjas” o filho de Milton, Robson Teixeira, e seu irmão, Rosaldo Teixeira, que diz desconhecer a nomeação, além de outras pessoas, entre elas, Verônica Durau, sogra de Ezequias que seguiu nomeada no gabinete de Beto Richa até agosto de 2007.

“Ezequias com Milton fizeram a ponte para Beto Richa contratar os ‘laranjas’ – os chamados funcionários fantasmas, visando o desvio dos vencimentos dos ‘laranjas’ recebidos da Assembléia Legislativa”, diz a denúncia.

“NUNCA TRABALHEI” – Questionado sobre sua nomeação, Rosaldo Teixeira disse que nunca foi funcionário da Assembléia Legislativa. “Eu nunca trabalhei na Assembléia e o meu nome e os dados como RG e CPF são esses mesmos. Quem trabalha lá é o meu irmão”, disse.

Maria Margarete Ribas Naloveike, cujo o marido foi funcionário de Beto Richa entre 1997 e 2000, disse também que jamais trabalhou no legislativo paranaense. “Quem trabalhava lá era meu marido, no gabinete do Beto Richa, mas ele já é falecido há mais de oito anos”.

O mestre de obras Ivo Ferreira de Oliveira afirma que “em momento algum trabalhei no Estado. Eu sou mestre de obra e tem alguma coisa errada aí. Aí estão meus documentos para confirmar se sou eu mesmo. Então alguma coisa tem de errado aí”.

A auxiliar de enfermagem Divair Antonia de Almeida Cardoso desconhece totalmente que tenha sido nomeada no gabinete de Beto Richa. “Estou nervosa, pois sou funcionária pública federal e nunca trabalhei no Estado. Isso aí é uma grande enganação e meus documentos estão aqui para confirmar que nunca trabalhei na Assembléia Legislativa”.

FORMAÇÃO DE QUADRILHA – Além de improbidade administrativa que pode ser apurada pelo Tribunal de Contas, os atos praticados pelos indiciados (Beto Richa, Ezequias Moreira e os irmãos Teixeira) “caracterizam em teses os crimes de peculato, corrupção passiva e formação de quadrilha, pois se associaram para o cometimento de crimes”, diz a denúncia.

“Em vista da gravidade da denúncia, que já está sendo investigada na parte criminal, requer ao Egrégio Tribunal de Contas, a abertura de procedimento administrativo quanto ao cometimento de atos de improbidade administrativa, em razão de desvio de recursos públicos decorrentes dos vencimentos dos funcionários fantasmas nomeados no gabinete do então deputado estadual Beto Richa”, completa a denúncia.