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Moro reabre ação sobre repasses da Odebrecht a marqueteiros do PT

Moro reabre ação sobre repasses da Odebrecht a marqueteiros do PT

O juiz Sergio Moro reabriu a ação que trata de repasses da Odebrecht ao PT por meio de pagamentos feitos ao publicitário João Santana e à mulher dele, Mônica Moura. A ação estava suspensa desde agosto de 2016, devido à negociação para delação premiada dos executivos da Odebrecht. De acordo com a denúncia, as planilhas do caixa 2 da Odebrecht mostram pagamentos de R$ 23,5 milhões ao casal de publicitários entre outubro de 2014 e maio de 2015. O pedido de reabertura foi feito pelo Ministério Público Federal. As informações são de Cleide Carvalho n’O Globo.

Dos 12 denunciados, apenas o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto não fechou acordo de delação premiada na Lava-Jato. Os demais são delatores da Odebrecht, como o empresário Marcelo Odebrecht, e o casal de marqueteiros do partido.

Com a decisão, Moro agendou a retomada das audiências para o dia 6 de agosto, com interrogatório de Marcelo Odebrecht, do executivo Hilberto Mascarenhas e da secretária Maria Lúcia Tavares. Os depoimentos dos publicitários e de Vaccari estão agendados para o dia 10 de agosto.

Os acusados respondem por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo a denúncia, mesmo os valores pagos no Brasil tinham como origem contas secretas da Odebrecht no exterior e o dinheiro chegava ao país por meio de operações dólar-cabo.

A investigação estava com o Supremo Tribunal Federal, que a enviou para a Justiça Federal de Curitiba em abril de 2016. Fazem parte da lista de réus: Ângela Palmeira Ferreira, Fernando Migliaccio da Silva, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Isaías Ubiraci Chaves Santos, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Marcelo Rodrigues, Maria Lúcia Guimarães Tavares, Monica Regina Cunha Moura e Olívio Rodrigues Júnior.

João Vaccari Neto já foi condenado em cinco ações penais pelo juiz Sergio Moro. Na primeira delas, cuja pena alcançava 15 anos e quatro meses, Vaccari acabou absolvido por falta de provas pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), pois havia contra ele apenas palavras de delatores. Na segunda, a pena foi aumentada pelo TRF-4 de 10 anos para 24 anos de reclusão. As outras três condenações, ainda não confirmadas em segunda instância, somam 20 anos de prisão.