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Quando a Energia veio das Ruas – 10 anos da luta contra a venda da Copel

Do Rodopiou:

Entre os meses de julho e dezembro de 2001, o Paraná assistiu uma das maiores batalhas políticas da sua história. O então governo demo-tucano de Jaime Lerner seguindo um programa nacional de privatização iniciado por FHC, encaminhou projeto à ALEP para vender bem abaixo do valor de mercado a empresa de energia dos paranaenses.

Do outro lado milhares de paranaenses, e diversos movimentos sociais, partidos políticos, entidades empresariais e da sociedade civil, juntamente com o movimento estudantil foram às ruas lutar contra a privataria, formando o Fórum Popular Contra a venda da Copel, apresentando um projeto popular com mais de 160 mil assinaturas para barrar a iniciativa na Assembleia Legislativa.

Em setembro de 2001, o governo ignorando as manifestações anunciou o preço mínimo para leilão: R$ 4,324 bilhões. O Fórum Popular afirmava que a empresa valia, pelo menos, R$ 35 bilhões. A briga jurídica continuou em outubro, com liminares suspendendo o leilão, anulações das decisões e o anúncio, em cadeia, da desistência dos investidores.

Na ALEP o projeto de iniciativa popular acabou sendo rejeitado por apenas um voto. A Assembleia chegou a ser cercada pela Polícia Militar a mando do governo. PMs e manifestantes se enfrentaram durante as votações. O governo foi acusado de comprar votos e de usar a violência contra os manifestantes.

Dez anos após esse momento histórico, os fantasmas privatistas do governo e da ALEP (bem vivos) ainda rondam a COPEL e outras empresas públicas eficientes do estado.

Os deputados Ademar Traiano, Luiz Accorsi, Valdir Rossoni, (líder do Lerner na assembleia legislativa e que comandou a votação), Cleiton Kiélse, Durval Amaral, Élio Rush, Nelson Garcia, Nelson Justus e Plauto Miró Guimarães, votaram a favor da privatização em 2001 e agora são da base de apoio do governador Lerner, digo, do governador Richa que agora em mais uma demonstração da sanha privatista, enviou projeto que cria uma agência reguladora para regular serviços do estado (?!), é o primeiro passo para dar continuidade ao que Lerner não conseguiu terminar.

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